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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Arriete Vilela

POEMA N. 28



Os meninos de rua

Parecem pardais urbanos:



em ligeiros vôos

acham-se em toda parte,

aproveitam restos de toda sorte.



Tropical

é algazarra de suas vozes,

quando se ajuntam;



seus gestos e jeitos,

de uma graça desavisada,

assustam e comovem.



Atentíssimo dever ser

o anjo da guarda dos meninos de rua,

esses tantos pardais urbanos.





POEMA N. 29



Vou me sabendo sem remansos.

Por vezes o mar estronda

dentro de mim

e tempestades medonhas me obrigam

a descer aos porões, a reconhecer-me

nas escotilhas fechadas da minha

incômoda solidão.



Difícil reconhecimento, porém.

Eu já sou muitas.

Meus olhos, é verdade,

ainda se mantêm amorosamente

indiscretos, e minha alma busca

da palavra as seduções segredosas

que me ardem no peito.



Mas já não me deixo

Possuir.

Arriete Vilela-alagoana-escritora, professora, Meste em Literartura Brasileira...

Poética-Claudio Willer

Poética

"1
então é isso
quando achamos que vivemos estranhas experiências
a vida como um filme passando
ou faíscas saltando de um núcleo
não propriamente a experiência amorosa
porém aquilo que a precede
e que é ar
concretude carregada de tudo:
a cidade refluindo para sua hora noturna e todos
indo para casa ou então marcando encontros
improváveis e absurdos, burburinho da multidão
circulando pelo centro e pelos bairros enquanto as
lojas fechadas ainda estão iluminadas, os loucos
discursando pelas esquinas, a umidade da chuva
que ainda não passou, até mesmo a lembrança da
noite anterior no quarto revolvendo-nos em carícias e mais nosso encontro na morna escuridão de um
bar – hora confessional, expondo as sucessivas
camadas do que tem a ver – onde a proximidade
dos corpos confunde tudo, palavra e beijo, gesto e
carícia
TUDO GRAVADO NO AR
e não o fazemos por vontade própria porém
por atavismo

2
a sensação de estar aí mesmo
harmonia não necessariamente cósmica
plenitude muito pouco mística
porém mera proximidade
de aberrante experiência de viver
algo como o calor
sentido não demasiado longe de uma forja
(talvez devesse viajar, ou, melhor ainda, ser levado
pela viagem, carregar tudo junto, deixar-se conduzir
consigo mesmo)
ao penetrarmos no opalino aquário
(e isso tem a ver com estarmos juntos)
e sentirmos o mundo na temperatura do corpo
enquanto lá fora (longe, muito longe) é tudo outra coisa
então
o poema é despreocupação"

Claudio Willer -é poeta, ensaísta e tradutor,presidente da União Brasileira de Escritores, UBE

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Anaïs Nin


Anaïs Nin



Anaïs Nin foi uma escritora francesa que polemizou sua época ao escrever suas obras permeadas de erotismo e idéias feministas.


"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."

Anais Nin




Eu escolho
um homem
que não duvide
de minha coragem
que não
me acredite
inocente
que tenha
a coragem
de me tratar como
uma mulher.

Anais Nin



O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MOSTRA DO CINEMA FRANCÊS CONTEMPORÂNEO-06 A 14 NOV.





Filmes:
-A esquiva (de Abdellatif Kechiche)
-Até Já (de Benoit Jacquot)
-Assassinas (de Patrick Grandperret)
-De Volta à Normadia (de Nicolas Philibert)
-O Último dos Loucos (de Laurent Achard)
-Povoado Number One (de Rabah Ameur-ZaÏmeche)
-A França (de Serge Bozon)
-Tudo Perdoado (de Mia Hansen-Love)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

TROVINHA DE ANIVERSÁRIO


TROVINHA DE ANIVERSÁRIO
Trova


Não! Não mais se entristeça, ó minh’alma.
Vai, alma minha, retorne a sã paz.
Pois que resolvo se perco a calma?
Que serei quando nada me apraz?

Não me abaterei, lida sagaz.
Lhe calcarei, tomarei co’a palma
E lhe mostrarei como se faz
Sem frisos, sem farpas, nem trauma.

Pois que nessa peleja me arrisco,
Ouro ou prata me é por secundário,
No favor de Deus me acho em aprisco,
Celebrando sim meu aniversário.

Mas peraí, meu prezado conviva:
Sou-lhe grato pelo “viva-viva!”,
Se você não é meu amor, nem parente,
Tô nem aí ora. Eu quero é o meu presente!!


(Wagner)
09/08/09

VOU ME JOGAR NA GUANABARA Wagner Williams



(Ao velhinho Guga pela viagem ao Rio)
E.R. 8 (2-4-5-8).
Quadrinha.


Vou me jogar na Guanabara
De cabeça, de corpo, de alma,
Esquecer que o tempo não pára,
Contemplando o Rio na calma.

Lá eu gozo. Nela eu tenho tara.
Lá o mundo some e o ser recalma.
- Vou me jogar na Guanabara,
Desafiar o que desalma.

Sem freios e em fúria e sem trauma
Viro a cara à vida cara
Com unhas e dentes em palma:
“Vou me jogar na Guanabara”.

Unirei tudo o que separa.
Daqui versarei o meu fazer
Na História. Quero nem saber:
Vou me jogar na Guanabara!


(Wagner 24/07/09)

REVIRAVOLTA Wagner

REVIRAVOLTA



- Eu não mais lhe quero por desejo.
E estarei fingindo em lhe dizer
- Sonho em possuir o seu bom beijo!
O que eu não fiz, eu irei fazer...
Tudo para nós não foi vão ensejo,
E o que sinto já me faz rever,
Que face à verdade, prevejo
Aquele “lhe esqueci”, sem temer.
Pois que eu não usarei a frase de pejo
“Amo-lhe” - em amor todo, a saber,
Que é tarde demais, posto que vejo:
Um sinto muito – sem lhe esconder.


(ler agora debaixo para cima)

(
Wagner Williams)
12/06/07

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PATATIVA-MESA REDONDA-11/NOV ÀS 19h.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

InTR3Sessões#06-30/10/2009- Centro Cultural Sesi

IV Bienal Nacional e Internacional do Livro de Alagoas



PROGRAMAÇÃO DOS DOIS PRIMEIROS DIAS:

Dia 30 DE OUTUBRO (SEXTA)19h - Abertura Oficial

Dia 31 DE OUTUBRO (SÁBADO)AUDITÓRIO
19h - Palestra: “Livro, Escola e Sociedade: sobre a Centralidade da Cultura Letrada na Educação Escolar”
Dermeval Saviani (SP)

SALA JOSÉ MARQUES DE MELO
14h - Prêmio Lego (seguido de lançamento da Revista Leitura)
16h - Lançamento da Revista Graciliano Ramos sobre Aurélio Buarque de Holanda
Lançamento do Ano Aurélio Buarque de Holanda
18h - Lançamento: “Redescobrindo o passado: cartofilia alagoana”
Douglas Apratto Tenório e Carmem Lúcia Dantas
19h - Mesa-redonda: “A importância do romance brasileiro de 30 na Literatura Brasileira” (seguida de lançamento de livro)
Margarida Patriota (DF)

SALA RUY CASTRO
10h às 12h30 - Bate-papo com autores
14h às 18h30 - Bate-papo com autores

SALA IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
10h às 12h30 - Oficina: “Criação de Texto e Produção de Livro”
Flávia Goulart e Nadja Bittencourt (BA)
(40 vagas)
14h às 18h - Oficina: “Criação de Texto e Produção de Livro”
Flávia Goulart e Nadja Bittencourt (BA)
(40 vagas)

SALA RUBEM ALVES
Oficina: “A Construção da Identidade do Professor no Século XXI”
Graça Cavalcante
10h às 13h – Módulo I
15h às 18h – Módulo II
(30 vagas)

SALA DERMEVAL SAVIANI
10h às 13h - Oficina: “Canto Livre, Livro Aberto – Panorama Literário e Musical Contemporâneo em Alagoas”
Grupo Arteiros Caetés
(30 vagas)
Oficina de Inclusão: “Contos de Fada na Construção do Saber” (para pessoas com deficiência intelectual e múltiplas)
14h às 15h30 - (60 vagas)
16h às 18h - (60 vagas)

SALA GERALDO CARNEIRO
Oficina de Libras: Contação de Histórias
Jaqueline Soares dos Santos
(50 vagas)
10h às 12h
15h às 17h

ESPAÇO DAS LETRAS
16h30 - “Lêdo Ivo e a Terra de Lêdo Ivo”
Grupo ATA
Seleção e adaptação: Ronaldo de Andrade e Homero Cavalcante
Exposição Permanente de Poesia Visual (durante todo o período da Bienal)
Tchello d’Barros

A PROGRAMAÇÃO DOS OUTROS DIAS CONSTA NO SITEDA EDUFAL
fonte: http://www.edufal.com.br/bienal2009/?pag=programacao

L0NGA COLADA -Gustavo Henrique

L0NGA COLADA

Toda vez que sofri me matei
Toda vez que morri, quis voltar

Quando eu vi, eu provei, viajei
Depois a droga parou de funcionar

Quando eu amei, eu compus, eu gritei
Me apaixonei até me acabar

Eu curti, eu dancei, eu peguei
Mas meu negocio mermo é namorar

Dunde Dunderandan...

Eu virei carioca Sansei
Foi ai que aprendi a sambar

Fui pro palco, tremi, mas cantei
Ganhei aplauso pagando pra tocar

Quantos amigos com a música eu ganhei
Quantos foras deixei de levar

Toda dor que senti, eu chorei
Todo choro e sorriso foram por amar

Dunde Dunderandan...

Por trás da minha pele
Tem um sangue nordestino a passar
Por trás do vento leve
Tem um tufão que vem pra arrombar
Joelho no chão e reze
Senão o cramunhão vem buscar

Dunde Dunderandan...

Toda vez que eu esqueço ou não sei
Fico puto querendo me esganar
Quando menos vi, eu levei
Uma “gaia” que eu num vou perdoar


Os pés no rio Chico eu butei
E na Guanabara eu fui me jogar
Com o coração partido eu voltei
Pra um novo amor encontrar


Dunde Dunderandan...

Eu te vi, eu gostei e parei
Eu cantei pra você se apaixonar
Você gosta de outro que eu sei

Mas sou eu que vou te conquistar
Eu não vou desistir, é a minha lei
Um dia junto a gente vai ficar
A toada termina no Hei!!
Agora vem o refrão pra terminar

Dunde Dunderandan...

Por trás da minha pele
Tem um sangue nordestino a passar
Com lampião ninguém se mete
Se não vai morrer na faca
Teresina vai encher de neve
Se comigo ela não casar

Dunde Dunderandan...

Gustavo Henrique – Músico e estudante do 4º período de Administração.

FOGO E ÁGUA


FOGO E ÁGUA

Lá fora a chuva chove gotícula fria, que molha, que farfalha, que respinga, que rebate e resfria os corpos em parte esquecidos, aquecidos pelo furor da paixão de esquina. Este aquecer do fogo erógeno se choca, contrasta, colide, impacta e empaca por entre as pernas umedecidas, umectantes, tremulantes de amantes – diamantes ululantes. Os rostos, tal mostos, suam e são molhados, retos, rijos, rútilos, múltiplos. O sangue - na gula - regula, coagula: estanca e ruboriza. Sem ojeriza, contemplo a antinomia do fogo e da água no ar das terrenas narinas ofegantes. Sofro sôfrego, e da janela concluo: do conluio entre fogo e água foi que viemos, e não das estrelas.

Jonatan Lucas.

Coisas da cabeça Jonatan Lucas

Às vezes me pego pensando em algo que não quero, mas penso. Por que penso? Será que é porque eu queria fazer u ser aquilo que não penso? Contudo, penso e não penso porquanto sou ser humano, anuviado de pensamentos-sentimentos, sou livre (?), podendo (ao menos) voar nos sonhos e também sonhar voando. Pois existo, logo penso.

Jonatan Lucas.

ERA DO GELO Valquíria Novaes – Psicóloga


ERA DO GELO


Durante a era do gelo, muitos animais pré-históricos, mesmo que gigantescos, não se adaptavam às condições climáticas hostis, e não resistindo ao frio intenso, infensos, morriam.

Uma manada de porcos espinhos, numa tentativa de sobreviver, começou a se aglomerar, pois ela percebeu que daquele modo cada um podia sentir o calor do outro. Juntos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por um pouco mais de tempo o longo inverno tenebroso.

Todavia a própria estrutura anatômica dos porcos passou a ser um problema. Os espinhos de cada porco feriam os demais, principalmente os que mais forneciam calor. Furados e feridos, eles dispersaram-se por não suportarem por mais tempo os espinhos dos outros. Os dissidentes, buscando subsistir sozinhos em separados, pereciam sem demora: o corpo era um só para suportar a nevasca devastadora. Vendo muitos congelar, os que não morriam, apesar de agonizarem, voltavam a se aglomerar ao bando pouco a pouco, timidamente, com mais jeito e precaução, de forma que, unidos, cada qual conservava certa distância um do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir. E, com paciência, sobreviveram, em fim.

Valquíria Novaes – Psicóloga.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

VI SEMANA FILOSÓFICA-MODERNIDADE E PÓS-MODERNIDADE

VI SEMANA FILOSÓFICA
CENTRO ACADÊMICO DE FILOSOFIA



“MODERNIDADE E PÓS-MODERNIDADE
De 26 a 30 de outubro de 2009


26/10 Segunda-Feira
Palestra: Walter Benjamin e a Arte na Modernidade
Prof. Dr. Arthur Bispo
Local: Auditório do CSAU, das 19h às 22h.

27/10 Terça-Feira
Palestra: Nietzsche, para além do Homem Moderno
Prof. Dr. Marcus José Alves
Local: Auditório do CSAU, das 19h às 22h.

28/10 Quarta-FeiraPalestra: Modernidade, Pós-modernidade e Razão
Prof. Dr. Ivo Tonet
Local: à confirmar

29/10 Quinta-Feira
Palestra: A Ciência na era Pós-moderna
Prof. Dr. Alexandre Torres
Local: Auditório do CSAU, das 19h às 22h.

30/10 Sexta-Feira
Palestra: Foucault e a Pós-modernidade
Prof. Dr. Walter Matias
Local: Auditório do CSAU, das das 19h às 22h.


Mini-curso de terça a sexta das 14h às 18h, com o Prof. Dr. Alexandre Torres “Ciência e Modernidade.”




Centro Acadêmico de Filosofia
Colegiado dos Estudantes
filosofiaufal@gmail.com
Fonte.:http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=2334201&tid=5394170837205674648
Fonte.:

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Pessoas, nos meus passeios pelos blogues aí, achei um muito interessante o overmundo, li este escrito de Natália Razuk e resolvi compartilhar com v6, dêem uma olhadinha, é bem na linha dos poemas que postamos esta semana, apesar de ser 'formalista', não consegui ficar com tanta raiva dela, ganhou até a minha admiração. ^^

Senhor, livrai-me da norma culta
Adulta
A forma que não insulta
Me libere das métricas perfeitas
E do vocábulo letrado
Deixe me abandonada aos erros ortográficos
Graves descuidos gramaticais
Ao poema livre
Quero entregar-me às palavras de baixo calão
Cultuar o palavrão
Escrever como aqueles que compõem sangrando
Escrevem morrendo
A língua do cais
Do caos
Entrego a merda poemas pueris, infantis
Corrigidos e revisados
Não vou nem passar pelo amor
Quero a vida fudida
A sacanagem
O cheiro de mijo do centro de São Paulo
Nada de versos planos
Retos concretos
Quero a beleza do puta que pariu
Da rima barata
Dos carteados de mesas de bar
Senhor, livrai-me da felicidade


Aos que se alegraram com minha breve morte,
Sinto informa-los que voltei
Mais fértil
Menos sensível
Voltei com a filha da putagem de companhia
E estou aqui
De pernas abertas, esperando ser caceteada
Natalia Razuk

fonte: http://www.overmundo.com.br/banco/da-minha-volta

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul


"A 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul estende-se a dezesseis capitais em 2009, renovando mais uma vez a proposta de combinar a arte libertadora de Chaplin, Eisenstein e Glauber Rocha com o sonho da igualdade na diversidade.

A bandeira da inclusão segue presente na 4ª Mostra. Todas as sessões são gratuitas e mesmo os filmes brasileiros apresentam legendas para que possam ser acompanhados por pessoas com deficiência auditiva. Todas as salas de exibição são adaptadas para cadeirantes e cada cidade exibirá mais de uma sessão com áudio-descrição, recurso de acessibilidade destinado a pessoas com deficiência visual.

A 4ª Mostra é uma realização da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, com patrocínio da Petrobras e produção da Cinemateca Brasileira, contando com apoio do SESC/SP, da TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores"

26/out-01/nov

26/10 - segunda

19h – Sessão de Abertura
CORUMBIARA - Vincent Carelli (Brasil, 117 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: livre

27/10 - terça
15h MOKOI TEKOÁ PETEI JEGUATÁ – DUAS ALDEIAS, UMA CAMINHADA - Arial Duarte Ortega, Germano Beñites, Jorge Morinico (Brasil, 63 min, 2008, doc)
DE VOLTA À TERRA BOA - Mari Corrêa, Vincent Carelli (Brasil, 21 min, 2008, doc)
PRÎARA JÕ, DEPOIS DO OVO, A GUERRA - Komoi Paraná (Brasil, 15 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: livre

17h À MARGEM DO LIXO - Evaldo Mocarzel (Brasil, 84 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: livre

19h – Audiodescrição NÃO CONTE A NINGUÉM - Francisco J. Lombardi (Peru / Espanha, 120 min, 1998, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual

28/10 - quarta
15h YÃKWÁ, O BANQUETE DOS ESPÍRITOS - Virgínia Valadão (Brasil, 54 min, 1995, doc)
A ARCA DOS ZO’É - Dominique Tilkin Gallois, Vincent Carelli (Brasil, 22 min, 1993, doc)
O ESPÍRITO DA TV - Vincent Carelli (Brasil, 18 min, 1990, doc)
Classificação indicativa: livre

17h NUNCA MAIS!!! COCHABAMBA, 11 DE JANEIRO DE 2007 - Roberto Alem (Bolívia, 52 min, 2007, doc)
DAYUMA NUNCA MAIS - Roberto Aguirre Andrade (Equador, 30 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: livre

19h O SIGNO DA CIDADE - Carlos Alberto Riccelli (Brasil, 96 min, 2007, fic)
OS SAPATOS DE ARISTEU - René Guerra (Brasil, 17 min, 2008, fic)
Classificação indicativa: 16 anos



29/10 - quinta

15h PRO DIA NASCER FELIZ - João Jardim (Brasil, 88 min, 2006, doc)
Classificação indicativa: livre

17h CRUELDADE MORTAL - Luiz Paulino dos Santos (Brasil, 92 min, 1976, fic)
ESTRELA DE OITO PONTAS - Fernando Diniz e Marcos Magalhães (Brasil, 12 min, 1996, fic/ani)
Classificação indicativa: 16 anos

19h TAMBORES DE ÁGUA: UM ENCONTRO ANCESTRAL - Clarissa Duque (Venezuela / Camarões, 75 min, 2008, doc)
ALÉM DE CAFÉ, PETRÓLEO E DIAMANTES - Marcelo Trotta (Brasil, 15 min, 2007, doc)
TARABATARA - Julia Zakia (Brasil, 23 min, 2007, doc)
Classificação indicativa: livre



30/10 - sexta
15h – Audiodescrição O SIGNO DA CIDADE - Carlos Alberto Riccelli (Brasil, 96 min, 2007, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual
Classificação indicativa: 16 anos

17h DEVOÇÃO - Sergio Sanz (Brasil, 85 min, 2008, doc)
PHEDRA - Claudia Priscilla (Brasil, 13 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

19h O REALISMO SOCIALISTA - Raúl Ruiz (Chile, 52 min, 1973, fic/doc)
AGARRANDO PUEBLO (OS VAMPIROS DA MISÉRIA) - Carlos Mayolo, Luis Ospina (Colômbia, 28 min, 1978, fic)
Classificação indicativa: 16 anos

21h UNIDADE 25 - Alejo Hojiman (Argentina / Espanha, 90 min, 2008, doc)
COCAIS, A CIDADE REINVENTADA - Inês Cardoso (Brasil, 15 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 16 anos



31/10 - sábado

13h ESSE HOMEM VAI MORRER - UM FAROESTE CABOCLO - Emilio Gallo (Brasil, 75 min, 2008, doc)
CONTRA-CORRENTE - Agostina Guala (Argentina, 9 min, 2008, fic)
PARTIDA - Marcelo Martinessi (Paraguai, 14 min, 2008, fic)
Classificação indicativa: 16 anos

15h BAGATELA – A NECESSIDADE TEM CARA DE CACHORRO - Jorge Caballero (Colômbia / Espanha, 74 min, 2008, doc)
MENINO ARANHA - Mariana Lacerda (Brasil, 13 min, 2008, doc)
MENINOS - Gonzalo Rodríguez Fábregas (Uruguai, 14 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

17h TAMBÉM SOMOS IRMÃOS - José Carlos Burle (Brasil, 85 min, 1949, fic)
Classificação indicativa: livre

19h HISTÓRIAS DE DIREITOS HUMANOS – vários diretores (diversos países, 84 min, 2008, doc/fic)
Classificação indicativa: 16 anos

21h ENTRE A LUZ E A SOMBRA - Luciana Burlamaqui (Brasil, 150 min, 2007, doc)
Classificação indicativa: 16 anos



01/11 - domingo

13h SENTIDOS À FLOR DA PELE - Evaldo Mocarzel (Brasil, 80 min, 2008, doc)
PUGILE - Danilo Solferini (Brasil, 21 min, 2007, fic)
Classificação indicativa: livre

15h TRAGO COMIGO – Parte 1 (capítulos 1 e 2) - Tata Amaral (Brasil, 96 min, 2009, doc/fic)
Classificação indicativa: 16 anos

17h TRAGO COMIGO – Parte 2 (capítulos 3 e 4) - Tata Amaral (Brasil, 96 min, 2009, doc/fic)
Classificação indicativa: 16 anos

19h O CAVALEIRO NEGRO - Ulf Hultberg, Åsa Faringer (Suécia / México / Dinamarca, 95min, 2007, fic)
Classificação indicativa: 14 anos

21h GARAPA - José Padilha (Brasil, 110 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

Entrada Franca

Fonte:http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2009/index.php

SEDUÇÃO-ADÉLIA PRADO




Sedução

A poesia me pega com sua roda dentada,
me força a escutar imóvel
o seu discurso esdrúxulo.
Me abraça detrás do muro, levanta
a saia pra eu ver, amorosa e doida.
Acontece a má coisa, eu lhe digo,
também sou filho de Deus,
me deixa desesperar.
Ela responde passando
a língua quente em meu pescoço,
fala pau pra me acalmar,
fala pedra, geometria,
se descuida e fica meiga,
aproveito pra me safar.
Eu corro ela corre mais,
eu grito ela grita mais,
sete demônios mais forte.
Me pega a ponta do pé
e vem até na cabeça,
fazendo sulcos profundos.
É de ferro a roda dentada dela.

Adélia Prado
Foto: reprodução

terça-feira, 13 de outubro de 2009

FILHO-DA-PUTEAR-SE- Wagner williams


FILHO-DA-PUTEAR-SE
(ao Prof. Agamenon Magalhães)


Filho-da-putear-se
Equivale a prostituir-se
Com a Mônica Veloso
Por prazer indecoroso;

Também é comer tapioca
Por conta da engenhoca
Dum cartão corporativo
À custa do coletivo.

Filho-da-putear-se
É relaxar e gozar-se
Quando disseram do Sul
- Companheiro você “sifu!”

Filho-da-putear-se, diz o Agamenon,
É (diante disso) ficar meio grogue
De tanto ver Big Brother
E dizer que isso é bom.

(Wagner Williams/aluno de Letras-Ufal/ 8º período)
12/03/09

O RELÓGIO - Baudelaire




O RELÓGIO

Relógio! Deus sinistro, hediondo, indiferente,
Que nos aponta o dedo em riste e diz: “Recorda!
A Dor vibrante que a lama em pânico te acorda
Como num alvo há de encravar-se brevemente;

Vaporoso, o Prazer fugirá no horizonte
Como uma sílfide por trás dos bastidores;
Cada instante devora os melhores sabores
Que todo homem degusta antes que a morte o afronte.

Três mil seiscentas vezes por hora, o Segundo
Te murmura: Recorda! - E logo, sem demora,
Com voz de inseto, a Agora diz: Eu sou o Outrora,
E te suguei a vida com meu bulbo imundo!

Remenber! Souviens-toi! Esto memor!(Eu falo
Qualquer idioma em minha goela de metal.)
Cada minuto é como uma ganga, ó mortal,
E há que extrair todo o ouro até purificá-lo!

Recorda: O Tempo é sempre um jogador atento
Que ganha, sem furtar, cada jogada! Ë a lei.
O dia vai, a noite vem; recordar-te-ei!
Esgota-se a clepsidra; o abismo está sedento.

Virá a hora em que o Acaso, onde quer que te aguarde,
Em que a augusta Virtude, esposa ainda intocada,
E até mesmo o Remorso(oh, a última pousada!)
Te dirão: Vais morrer, velho medroso! É tarde!”


Charles Baudelaire

EXPOSIÇÃO "PERSONAS ÍNTIMAS"


Exposição “Personas íntimas” de Tchello d'Barros [13/10 a 31/10]
Tchello mais uma vez por aqui....

Espaço Cultural Café da Linda, abrindo espaço às artes visuais, sob o comando da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL), apresenta a partir da próxima terça (13), a exposição "Personas Íntimas” que se trata de uma recente investigação do artista visual Tchello d’Barros, no qual, mediada por fotografias e gravuras digitais, “a temática do anonimato é apresentada como contraponto ao fenômeno social contemporâneo da síndrome das celebridades, com suas hiperexposições, máscaras sociais e personas públicas”.
“Depoimento de Tchello d’Barros

‘Ao contrário de outras séries que tenho desenvolvido em fotografia e gravura, abordando questões sócio-identitárias (também a partir de elementos de anatomia), nessa coleção de imagens me parece que há uma diluição das identidades, uma rarefação das personalidades. Rostos, feições, semblantes e fisionomias são como que deletados, rediagramados, permitindo apenas silhuetas feéricas, perfis impessoais e presenças mais ou menos oníricas. Mesmo nas gravuras digitais, onde o desenho manual é o principal recurso, há uma leve e proposital desconstrução da imagem original, captada pela lente fotográfica. Mesmo na era digital, a palavra fotografia, atesta sua etimologia, como “a escrita da luz’.”

Ver texto na íntegra: http://www.webclic.com.br/teatro/noticias/mostranoticia.asp?noticia=noticia1.asp

Fonte.: www.teatrodeodoro.al.gov.br

7ª MOSTRA ALAGOANA DE DANÇA


No palco: 7ª MOSTRA ALAGOANA DE DANÇA [15 e 16/10 às 17h]

A partir de quinta-feira, o mês de outubro contará com a exposição da Mostra Alagoana de Dança, que envolverá quatro cidades. As apresentações serão no Teatro Gustavo Leite. Ofertarão, além da mostra, oficinas e seminários. Prometem inovar a mostra pela variedade de estilos: “ teremos o clássico, o moderno e também números de hip-hop, dança cigana e árabe”, afirma Karina Padilha. O evento contará com 31 grupos de 8 municípios. A mostra contará com a presença de dançarinos, coreógrafos e palestrantes reconhecidos nacionalmente.

Fonte: Diário Oficial ano XCIII, nº 433,13/10/2009

MOSTRA SURURU DE CINEMA ALAGOANO



Esta quinta será a data de abertura da Mostra Sururu de Cinema Alagoana para quem gosta das ‘coisas’ da terrinha e os cinéfilos, eis aí:



Programação da Mostra Sururu de Cinema Alagoano
CINE SESI: QUINTA-FEIRA - 15 DE OUTUBRO DE 2009
20h30 - Abertura da Mostra
21h - IMAGEM PENINSULAR DE LÊDO IVO, de Werner Salles. 2004. 55 min, Documentário.
22h – Cachaça Brejo dos Bois e Caldinho de Sururu

CINE SESI: SEXTA-FEIRA - 16 DE OUTUBRO DE 2009
18h - CONVERSA DE PESCADOR, de Pablo Gomes. 2007. 25 min, Doc.
CONTOS DE PELÍCULA, de Larissa Lisboa. 2009. 16 min, Doc.
FUTURO, de Gabriel Duarte. 2009. 20 min, Ficção.

CINE SESI: SÁBADO - 17 DE OUTUBRO DE 2009
18h - UMA LINHA, de Weber Bagetti. 2008. 5 min, Animação.
CELSO BRANDÃO, de Alice Jardim e Larissa Lisboa. 2008. 20 min, Doc.
LAMENTOS, de Henrique Oliveira. 2009. 5 min Ficção.
O DJ DO AGRESTE, de Regina Célia Barbosa. 2009. 19 min, Doc.

CINE SESI: DOMINGO - 18 DE OUTUBRO DE 2009
18h - !?, de Weber Bagetti. 2008. 7 min, Animação.
HAIKAI, de Weber Bagetti. 2009. 3 min, Animação.
ANDA, ZÉ PEQUENO, ANDA, de Kátia Regina Sena e Cássia Rejane Sena.
2008. 15 min, Doc.
NAS MARGENS, de Súrya Namaskar e Tamires Pedrosa. 2008. 12 min, Doc.
IRAQUE - TERRA DA ESPERANÇA, de Douglas Nogueira. 2008 12 min, Doc.


FITS (AUDITÓRIO, 1° DIA) - 19 DE OUTUBRO DE 2009 (SEGUNDA-FEIRA)
17h - O SANTO GUERREIRO DO POVO, de Pedro da Rocha. 2007. 22 min Doc. PAPA SURURU, de Celso Brandão. 1990. 7 min Doc.
17h35 - Debate
18h35 - 1912 - O QUEBRA DE XANGÔ, de Siloé Amorim. 2007. 52 min, Doc.
19h30 - PONTO DAS ERVAS, de Celso Brandão. 1978. 11min, Doc.
MESTRE BENON: O TREME TERRA, de Nicolle Freire. 2006. 13 min, Doc.
NELSON: NOSLEN, de Thalles Gomes. 2005. 16 min, Ficção.
20h15 - Debate
21h - Encerramento

FITS (AUDITÓRIO, 2° DIA) - 20 DE OUTUBRO DE 2009 (TERÇA-FEIRA)
17h - CALABAR, de Hermano Figueiredo. 2007. 52 min, Doc.
18h - Debate
19h - MIRANTE MERCADO, de Hermano Figueiredo. 2006 40 min, Doc.
ESTRELAS RADIOSAS, de Pedro da Rocha. 2008. 55 min, Doc.
20h35 - Debate
21h - Encerramento

FITS (AUDITÓRIO, 3° DIA) - 21 DE OUTUBRO DE 2009 (QUARTA-FEIRA)
17h - O HOMEM, O RIO E O PENEDO, de Werner Salles. 2009. 30 min, Doc.
CHIMARRÃO, RAPADURA, E OUTRAS ESTÓRIAS, de Rafhael Barbosa. 2008.
10 min, Doc.
A PAISAGEM E O MOVIMENTO, de Alice Jardim. 2007. 10 min, Doc.
18h05 - Debate
19h05 - AREIAS QUE FALAM, de Arilene Castro. 2009. 55 min, Doc.
20h - Debate
21h - Encerramento

UFAL (AUDITÓRIO DO CSAU, 1° DIA) - 20 DE OUTUBRO DE 2009 (TERÇA-FEIRA)
17h - O HOMEM, O RIO E O PENEDO, de Werner Salles. 2009. 30 min, Doc.
CHIMARRÃO, RAPADURA, E OUTRAS ESTÓRIAS, de Rafhael Barbosa. 2008.
10 min, Doc.
A PAISAGEM E O MOVIMENTO, de Alice Jardim. 2007. 10 min, Doc.
18h05 - Debate
19h - AREIAS QUE FALAM, de Arilene Castro. 2009. 55 min, Doc.
20h - Debate
21h - Encerramento

UFAL (LABORATÓRIO DE RECURSOS AUDIOVISUAIS – RAV/COS, 2° DIA)21 DE OUTUBRO DE 2009 (QUARTA-FEIRA)
17h - O SANTO GUERREIRO DO POVO, de Pedro da Rocha. 2007. 22 min Doc. PAPA SURURU, de Celso Brandão. 1990. 7 min, Doc.
17h35 - Debate
18h35 - 1912 - O QUEBRA DE XANGÔ, de Siloé Amorim. 2007. 52 min, Doc.
19h30 - PONTO DAS ERVAS, de Celso Brandão. 1978. 11min, Doc.
MESTRE BENON: O TREME TERRA, de Nicolle Freire. 2006. 13 min, Doc.
NELSON: NOSLEN, de Thalles Gomes. 2005. 16 min, Ficção.
20h15 - Debate
21h - Encerramento

UFAL (LABORATÓRIO DE RECURSOS AUDIOVISUAIS – RAV/COS, 3° DIA)22 DE OUTUBRO DE 2009 (QUINTA-FEIRA)
17h - CALABAR, de Hermano Figueiredo. 2007. 52 min, Doc.
18h - Debate
19h - MIRANTE MERCADO, de Hermano Figueiredo. 2006 40 min, Doc.
ESTRELAS RADIOSAS, de Pedro da Rocha. 2008. 55 min, Doc.
20h35 - Debate
21h - Encerramento

CENTRO DE MACEIÓ (CALÇADÃO) - 23 DE OUTUBRO DE 2009 (SEXTA-FEIRA)17h - DESALMADA E ATREVIDA, de Pedro da Rocha 2007. 26 min, Ficção.
HISTÓRIA BRASILEIRA DA INFÂMIA - PARTE 1, de Werner Salles. 2005. 55 min. Documentário.
Encerramento da Mostra Sururu de Cinema Alagoano

Site da Mostra Sururu
www.nucleozero.com/sururu

fonte: http://abdc-al.blogspot.com/

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

IX MINICURSO DE METODOLOGIA CIENTÍFICA

Letrados,

Aviso para os "desavisados", principalmente os noturnos... :

Vai rolar o IX Minicurso de Metodologia Científica que ocorrerá De 19 a 23 de outubro, das 17 às 19 horas, no auditório da Biblioteca Central. As inscrições estão abertas, valor : R$5,00; inscrições na sala do PET .



Programação do IX Minicurso de Metodologia Científica:

Dia 19: Construindo o pensamento científico: uma certa ordem entre a complexidade, as convenções e a fluidez das idéias, com a profª.Dra. Maria Stela Lameiras
Dia 20: Pesquisa em aquisição de linguagem, com a profª.Dra.Núbia Faria.
Dia 21: Da práxis propedêutica à práxis ética: tecnicalidades científicas que dirimem exaustão no processo de pesquisa, com o prof.Dr. Paulo Leôncio.
Dia 22: Caminhos que se bifurcam na pesquisa em literatura, com a profª.Dra. Susana Souto.
Dia 23: Metodologia de elaboração do projeto de pesquisa
, com o prof.Marcus Vinicius Matias.



Contato: petletrasufal@gmail.com ou 32141337
Fonte:
http://petletrasufal.blogspot.com/2009/09/abertas-as-inscricoes-para-o-ix.html

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

8ª RIMA PARA PEDIDO DE DESCULPAS POR FALTA ÀS AULAS E PARA SOLICITAÇÃO DE UM TEXTO DA PROF.ª SUSANA SOUTO


Abaixo, poema do nosso poeta vivíssimo Wagneeeeer. Como fala o título, é uma súplica à professora Susana Souto com métrica e rima...


8ª RIMA PARA PEDIDO DE DESCULPAS POR FALTA ÀS AULAS E PARA SOLICITAÇÃO DE UM TEXTO DA PROF.ª SUSANA SOUTO


I
Susana, bela e lépida docente,
Pedir-vos co’estes versos já surrados
Venho eu, nos vossos olhos emprestados,
Mover o peito a um coração que assente.
Lede! Pois d’aulas vossas ausentado,
Duas coisas vos falo, uma só se sente:
Que eu tenha o vosso caro e bom perdão.
Que eu tenha o vosso texto de Abraão.

II

Não que eu tenha a vossa aula o mau costume
De matar. Antes morro eu se não a ter,
Pois a Literatura é o meu prazer
E as vossas aulas o meu vivo lume.
Mas é que sem nem mais, nem para quê,
Padeci por excesso de meu estrume,
Que fez do vaso não um trono, mas jaula,
Razão por que mui faltei a vossa aula.

III

Num assomo de vosso bom sotaque
Direis, contudo: “Que de mim queres?”.
E eu (pobre de um mortal) aluno reles:
- Dai-me o tal sacrifício são de Isaque
Em prosa, em verso; enfim, o que tiverdes.
Só não me deixeis ver a desventura
De isentar-me de tão sacra leitura.

IV

Susana, a profª, grandeloquente ativa:
- tsc, tsc! Eu trouxe o tal texto em outrora...
E eis que intercalo: - Por favor, senhora,
Trazei-mo mais uma vez sem invectiva,
Se vos tenho o perdão. Mas não vou embora
Enquanto não o derdes com mão cativa.
Move o rosto a grandíloqua a sorrir.
O mal passou, o melhor está por vir.

V

Qual mestre há de banir interessado
O aluno, quando se vê nele graça,
Ainda que tudo erre e nada faça?
Se o Pai perdoa o filho aquebrantado,
Que fará o mestre do aprendiz com jaça?
Todavia vos dou último recado:
Dai-me o texto, e tereis benção ou maldição
Do Deus de Isaque, de Jacó e Abraão.

(Wagner Williams-aluno de Letras/8º período)
14/09/09

EVOCAÇÃO-Isvânia Marques


EVOCAÇÃO

Ó montes, ó mares,
Ó cores
Tirem-me desse marasmo
De amores.

Ó vida, sem vida
Ó sol, sem luz
Mostrem-me o caminho
Sem espinhos nem cruz.

Ó solidão, deserto da alma
E ausência do querer,
Abandona-me depressa,
Não me faz sofrer.

Ó pedaço de mim,
Encontra-me na busca,
No caminho da espera
Que oprime e ofusca.

Isvânia Marques – Poeta palmeirense. Do livro “Profissão Mulher” (2002).

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

OLHARES REVELADOS-FOTOGRAFIAS-26/09 A 24/10

PALAVRA (EN)CANTADA-Cine SESI Pajuçara


PALAVRA (EN)CANTADA
Cine SESI Pajuçara - 82. 3235-5191 - Centro Cultural SESI
Domingo, terça, quarta, quinta e sexta - 16h45
Sábado - 18h15

A partir da reflexão da relação entre a música popular e a poesia e literatura, o documentário usa depoimentos, performances musicais e trilha sonora a fim de esclarecer e refletir sobre o assunto. O filme apresentará imagens inéditas no Brasil, como a encenação de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Mello Neto, no Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França, em 1966. Merecem destaque também imagens raras, que foram restauradas pela produção do filme, de Dorival Caymmi, nos anos 40, cantando e tocando O Mar ao violão.

Ficha técnica
Direção: Helena Sodeberg
Elenco: Arnaldo Antunes ... O Próprio
Maria Bethânia ... A Própria
Gustavo Black Alien ... O Próprio
Chico Buarque de Hollanda ... O Próprio
Adriana Calcanhoto ... A Própria
Antônio Cícero ... O Próprio
Martinho da Vila ... O Próprio
'Lirinha' José Paes de Lira ... O Próprio
Zélia Duncan ... A Própria
Ferréz ... O Próprio
Lenine ... O Próprio
José Celso Martinez Corrêa ... O Próprio
Jorge Mautner ... O Próprio
B. Negao ... O Próprio
Paulo César Pinheiro ... O Próprio
Luiz Tatit ... O Próprio
José Miguel Wisnik ... O Próprio
Tom Zé ... O Próprio
Classificação etária: Livre
Duração: 86 minutos
Gênero(s): Documentário

Fonte: http://www2.al.sesi.org.br/lazer/cinema/?vCod=-704955300

terça-feira, 22 de setembro de 2009

DIOGO BEZERRA-AOS SONOS QUE DORMEM



Abaixo, poema onírico de um aluno de Letras, chegado nosso, Diogo Bezerra.

Aos sonos que dormem.

Vêem meus amigos que dormem,
Que eu tenho sono de dormir?
Cansado tiro meu sono na minha insônia;
Não durmo porque não vale a pena.

Descanso cada sono na minha cama;
Estarei deitado quando eu estiver acordado.

E enquanto tempo for vontade de insônia
Vou dormir mais cedo do que pensam.

Diogo Bezerra ( aluno de Letras/ 7º período)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

MOSTRA ETNODOC - 22 A 25/09 - UFAL - 17H30‏

Ferreira Gullar-Não coisa


Fereira Gullar-O poeta lembrado do mês

Não-Coisa
subverte a sintaxe
implode a fala, ousa
incutir na linguagem
densidade de coisa

sem permitir, porém,
que perca a transparência
já que a coisa ë fechada
à humana consciência.

O que o poeta faz
mais do que mencioná-la
é torná-la aparência
pura — e iluminá-la.

Toda coisa tem peso:
uma noite em seu centro.
O poema é uma coisa
que não tem nada dentro,

a não ser o ressoar
de uma imprecisa voz
que não quer se apagar
— essa voz somos nós.

MULHER PROLETÁRIA - JORGE DE LIMA


Mulher proletária

Mulher proletária — única fábrica
que o operário tem, (fabrica filhos)
tu
na tua superprodução de máquina humana
forneces anjos para o Senhor Jesus,
forneces braços para o senhor burguês.


Mulher proletária,
o operário, teu proprietário
há de ver, há de ver:
a tua produção,
a tua superprodução,
ao contrário das máquinas burguesas
salvar o teu proprietário

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

CURSO: INTERFACE ENTRE PSICANÁLISE E ARTE


GRUPO DE QUATRO nus (1925) óleo sobre tela de tâmara de Lempicka( Foto: reprodução)

CURSO: INTERFACE ENTRE PSICANÁLISE E ARTE
Galera,

Navegando no orkut, cheguei a um post que anuncia um CURSO: INTERFACE ENTRE PSICANÁLISE E ARTE, uma proposta particularmente, muito interessante , não resisti, após diversas tentativas de escrita para a Mirian, a facilitadora do negócio, entrei em contato com ela, pessoa muito bacana que me informou que se trata de um grupo de estudos que se reúne para discutir sobre esta dita interface.Abaixo, um texto dela falando sobre esta proposta:

“Como a Psicanálise entende a Literatura, Pintura, Música, Escultura, Cinema e todas as demais artes? Percorremos um caminho por entre os textos freudianos bem como buscaremos apoio em outros nomes da Psicanálise como Lacan e os demais autores da contemporaneidade, na tentativa de refletir sobre a contribuição que a Psicanálise pode dar ao mundo das artes.



Facilitadora: Mírian Tenório Maranhão
Psicóloga pela Universidade Federal de Alagoas/ UFAL , mestra em Psicologia Clínica pela Universidade do Vale do Rio Sinos/ UNISINOS - RS, docente da Fundação Educacional do Baixo São Francisco Dr. Raimundo Marinho/ Penedo- AL

Contatos: mirianmaranhao@hotmail.com
(82)9908-8990 “

As informações primárias são: eles se reúnem duas vezes ao mês, cobram um “valor simbólico” de 15 reais, os encontros,a princípio, são em um consultório na Galeria Ponta Verde.
Então, pessoal, ela está à disposição para posteriores esclarecimentos e também precisa saber a disponibilidade de horário para fechar a turma.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

RICARDO ALEIXO-19 de set às 20h30 SESI pajuçara.




RICARDO ALEIXO-19 de set às 20h30 SESI pajuçara



Ricardo Aleixo-“Nem uma linha só minha”-
performance intermídia do artista acontecerá neste sábado, 19, às 20h30, no Centro Cultural Sesi, na Pajuçara.
Como ele mesmo diz será a próxima “presentação” dele, pois ele tentará “presentar , presentificar , tornar presentes” uma faz formas de realização da (auto) poiesis.
Ele nos proporcionará uma apresentação de peças audiovisuais que envolvem o cinema e alguns cineastas.
Pena não poder falar mais sobre a perfomance, estes fragmentos são passagens de alguns sites como o blog do próprio artista, mas digo de passagem que fui a uma apresentação de Ricardo Aleixo e achei muito bacana. Ele tem uma visão “Palavra : imagem : corpo : movimento” que me proporcionou uma experiência diferenciada.B
om , aconselho, indico que assistam, pois critico mais uma vez, são raros os momentos de cultura e apresentações de qualidade aqui em Maceió e este é um bom programa pelo menos por mim considerado .
E é 0800...

Mas os ingressos são limitados!

Abraços e até lá!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

VITOR PIRRALHO & UNIDADE-12/09-21H

+ WADO+CHAMALUZ+CRISBRAUN

REABERTURA DO CENTRO CULTURAL SESI

Galera,

A reabertura do Centro Cultural Sesi será dia 11/09(sexta-feira). Estarão à disposição o teatro, o cinema e a galeria de arte com a promessa de 19 atrações durante o 24 Horas Cultura. Já era sem tempo, Maceió gritava por isso! A gente se esbarra por lá!

Confira a programação:

22h30 Exposição Metamorfose, de Rosivaldo Reis - Galeria SESI
23h00 Show com banda Grupo: $ifrão
00h00 Espetáculo teatral As Muitas Últimas Coisas
01h00 Filme Chê
03h30 Espetáculo teatral Tabariz
04h30 Show com a banda Chama Luz
05h30 Espetáculo teatral Presepada
06h30 Filme Apenas uma Vez
08h Show com DJ Rodrigo
09h30 Espetáculo O Rapto do Cebolinha
10h30 Filme Romeu, Vira-lata Atrapalhado
12h show com Banda de Pífano Flor do Nordeste
14h Piano ao vivo com Emanuel Diogo Mota
15h Filme: Longe Dela
17h Chá com apresentação musical (Restaurante Sueca)
18h Espetáculo Dançando a Diversidade
19h Filme A Festa da Menina Morta
20h15 Espetáculo Baldroca
21h15 Show com Los Borrachos Enamorados”

MARCELINO FREIRE

*****Como o blog está aberto a sugestões e indicações, temos aqui uma das pérólas de uma amiga-bloqueira, Márcia: Marcelino Freire, um escritor pernambucano que recebeu, em 2006, o Prêmio Jabuti por "Contos negreiros" (Record).Ele tem seus textos publicados nos jornais de mais renome não só no país, como também em Portugal e no México.


*****Pesquisando sobre ele... achei um site com uns projetos gráficos muito bacana [http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/marcelino_freire.html]

“Marcelino colhe ditados populares, lugares-comuns e extrai deles, ou melhor, destaca letras dos textos para completar, contradizer, ironizar, irreverentemente, com humor e malícia, o sentido original...” Abaixo, dêem uma olhada no projeto gráfico de Silvana Zandomeni evidencia a forma, induzindo a releitura. Extraídos do livro “ era O dito” do próprio Marcelino...

*****Vejamos:

Acompanhante
Marcelino Freire

Sujar ele se suja. Mas não se preocupe. Há um cinturão de fraldas. Um nó gordo que segura. Para não escorrer na poltrona. Melecar a parede da sala. Um dia até no teto ele deixou uma manchinha pendurada. Feito uma criança que voa. Cuidado para ele não comer bosta à toa. Coitado! O que é a idade? Ave! Você precisava ver como ele era. Eis a fotografia. Quem diria? Era? Ou? Não? Era? Outra? Pessoa? Minha? Filha?
Sopa de ervilhas ele adora. É preciso saber cozinhar. Tudo o que ele for engolir aconselho triturar. Mole. Mole. Coisa dura nem pensar. Nada de dentadura. Digo assim. Na hora de almoçar. Papar. Periga ele se engasgar como numa certa vez. Os dentes foram sugados. E a outra menina teve de puxar. Lá de dentro. Ele já quase morrendo. Roxo. Eis aqui. O copo é este. Desde muito tempo. Ele só bebe neste copinho. Que bonitinho! Da! Cor! Que! Ele! Gosta! Minha. Filha. Cinzento!
O banheiro é este. A banheira é esta. Você vai ter de acompanhar. Pode lavar a cara e as costas. Esfregar. Esfregar. Esfregar. Nem pense em economizar. Vá fundo. Só não deixe o esqueleto pular muito. O sabonete naufragar. Cair. O xampu entrar nos olhos. Porque ele começa a gritar. A espernear. A mijar feito um afogado. Quem ouve pensa. Estão matando o que já está morto. Salvem o coitado! Aquele alvoroço. Como se a gente tivesse coragem de esganá-lo. Que pecado! Minha. Filha. O? Que? Passa? Pelo? Coração? Deste? Povo?
Ah! Para dormir não dá trabalho. É só contar uma história. Ajudar o diabo a rezar. Se quiser pode até cantar uma cantiga de ninar. Antiga. Que ele aprova. Vou ser sincera. O problema é quando ele acorda. Por causa de um pesadelo. Uma saudade. Algum desejo que ficou. Sei lá. Adormecido. Ele perde o juízo. Baba. Espuma. Vai querer você bem perto. Pertinho. Ele tira a roupa. Feito um debilóide. O pobrezinho. Mas veja. Não é nada muito sério. Ele só se sente sozinho. Deite-se com ele. Minha. Filha. Não há perigo. O. Velho. Só. Precisa. De. Um. Pouco. De. Carinho



Versos íntimos


Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Só um lembrete...

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado um dia outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.





Mário Quintana

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Poema XLIV




Pablo Neruda

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
E por isso te amo quando te amo.


(Retirado de: Cem sonetos de amor)

acabou rimbaud


29 jun. 2009

Último poema;
Público se apena,
Recusa, lamenta:
Acabou Rimbaud.

Morte só se aceita
De quem se enterra,
Não de voz ou pena:
Acabou Rimbaud.

Mas um dia cessa
(Apesar da crença!)
O cantar da musa:
Cala-se o cantor.

Ouçam o Pregador:
“Livros, há centenas!”.
Já ninguém se lembra:
Acabou Rimbaud.

Ari Denisson

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Música e poesia-23 de julho


23 de julho na casa da palavra.Não percam.

sábado, 11 de julho de 2009

Mangá alagoano


Um grupo de jovens alagoanos se uniu no ano passado e lançou o primeiro volume da revista Clash.O nome do grupo é Graphic Boken(Graphic de gráfica e Boken de aventura em japonês) e pretende misturar suas influências para criar suas HQs.Influenciados pelos mangás(quadrinhos japoneses)e ainda muito fãs dos comics(quadrinhos americanos)os roteirista Luis Horutenshio e os desenhistas J-Darsh e Marc constroem histórias empolgantes e com roteiros surpreendentes.Se você quer conferir os trabalhos desses alagoanos é só baixar:
Inside Control 1%
acesse também ao blog do estúdio:
blog da Graphic Boken

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Autopsicografia



O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Fernando Pessoa

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O tato

O olho enxerga o que deseja e o que não
Ouvido ouve o que deseja e o que não
O pinto duro pulsa forte como um coração
Trepar é o melhor remédio pra tesão
Um terço é muita penitência pra masturbação
A grávida não tem saudades da menstruação
Se não consegue fazer sexo vê televisão
Manteiga não se usa apenas pra passar no pão
Boceta não é cu mas ambos são palavrão
Gozo não significa ejaculação
O tato mais experiente é a palma da mão

O olho enxerga o que deseja e o que não
Ouvido ouve o que deseja e o que não
Depois de ejacular espera por outra ereção
O ânus precisa de mais lubrificação
Por mais que se reprima nunca seca a secreção
O corpo não é templo, casa nem prisão
Uns comem outros fodem uns cometem outros dão
Por graça por esporte ou tara por amor ou não
Velocidade se controla com respiração
O pau se aprofunda mais conforme a posição
O tato mais experiente é a palma da mão

Arnaldo Antunes

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pimba na Gorduchinha

26-5-2009
De tão cuidado ter acho que já
Estoporei a cota de cautela:
Tanto a vida sorri-me e brilha, bela
E eu, desconfiado, deixo-a ir, passar...

Não merecem sessão em outra tela
Os filmes que que nos fazem só chorar.
Devo explodir de meus pulmões o ar:
Para sapos não foi feita a goela...

Porém, fácil não é eu me adaptar
Às trilhas novas que meu pé caminha
Nem contra tantos moinhos batalhar

E, em vez da obsessão de andar na linha,
Quero escutar a voz que manda ir já,
Dizendo: "Vai, pimba na gorduchinha!"


Ari Denisson ( mestrando de Letras e professor da Ufal na área de Língua Espanhola)

Os heterônimos- Fernando Pessoa


Assim Como

Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade,
Mas, como a realidade pensada não é a dita mas a pensada.
Assim a mesma dita realidade existe, não o ser pensada.
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono que temos, infância da doença.
Uma velhice que nos acompanha desde a infância da doença.


Alberto Caeiro



Estás só. Ninguém o sabe.

Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingimento.
Nada 'speres que em ti já não exista,
Cada um consigo é triste.
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,

Sorte se a sorte é dada

Ricardo Reis



Barrow-on-Furness


Sou vil, sou reles, como toda a gente
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém.
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem.
É com a imaginação que eu amo o bem.
Meu baixo ser porém não mo consente.
Passo, fantasma do meu ser presente,
Ébrio, por intervalos, de um Além.

Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo como leio.

Justificar-me? Sou quem todos são...
Modificar-me? Para meu igual?...
— Acaba lá com isso, ó coração!


Álvaro de Campos

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Masturbação Solar

Ah, o Sol que me toca, acaricia e bolina
Pela manhã, toca o meu rosto
Chega próximo aos meus lábios, taciturno...
Esconde-se como em um jogo de amantes
Depois me fita; só eu e ele. O resto
não importa.
De mansinho, ele vem já acariciado o meu rosto, desce mais um pouquinho e agora quer meu colo.
Ele tira arrepios e se esconde novamente, porque gosta de me ver assim, sentindo falta do seu calor.
Calor ascendente e descendente que me provoca movimentos voluptuosos
Mas a intimidade e proximidade faz com que ele venha cada vez mais forte e
assim, não o sinto mais delicado.
Agora
Ele não quer mais se esconder. Quer marcar presença em meu corpo. Realizar o ato e me deixar marcada.
Mais um dia eu brinco com o Sol e deixo apenas o desejo.
Ele enlouquece e põe-se a chorar como uma criança sem o seu brinquedo.


Helena, poetisa lunática (aluna de Letras/7º período(

sábado, 27 de junho de 2009

A miséria do meu ser




A miséria do meu ser,
Do ser que tenho a viver,
Tornou-se uma coisa vista.
Sou nesta vida um qualquer
Que roda fora da pista.

Ninguém conhece quem sou
Nem eu mesmo me conheço
E, se me conheço, esqueço,
Porque não vivo onde estou.
Rodo, e o meu rodar apresso.

É uma carreira invisível,
Salvo onde caio e sou visto,
Porque cair é sensível
Pelo ruído imprevisto...
Sou assim. Mas isto é crível?

Fernando Pessoa

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A carteira- Machado de Assis



Eis ai um excelente conto de um Imortal da literatura mundial:Machado de Assis.

A Carteira

de Machado de Assis

...De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira.
Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o
viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe
disse rindo:
— Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
— É verdade, concordou Honório envergonhado.
Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem
de pagar amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o
bojo recheado. A dívida não parece grande para um homem da posição de Honório,
que advoga; mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as
circunstâncias, e as dele não podiam ser piores. Gastos de família excessivos, a
princípio por servir a parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida
da solidão; baile daqui, jantar dali, chapéus, leques, tanta cousa mais, que não havia
remédio senão ir descontando o futuro.
Endividou-se. Começou pelas contas de lojas e armazéns; passou aos
empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro, quinhentos a outro, e tudo a crescer,
e os bailes a darem-se, e os jantares a comerem-se, um turbilhão perpétuo, uma
voragem.
—Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e
familiar da casa.
— Agora vou, mentiu o Honório.
A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes
remissos; por desgraça perdera ultimamente um processo, com que fundara grandes
esperanças. Não só recebeu pouco, mas até parece que ele lhe tirou alguma cousa
à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas nos jornais.
D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher, bons ou maus
negócios. Não contava nada a ninguém. Fingia-se tão alegre como se nadasse em
um mar de prosperidades. Quando o Gustavo, que ia todas as noites à casa dele,
dizia uma ou duas pilhérias, ele respondia com três e quatro; e depois ia ouvir os
trechos de música alemã, que D. Amélia tocava muito bem ao piano, e que o
Gustavo escutava com indizível prazer, ou jogavam cartas, ou simplesmente
falavam de política.
Um dia, a mulher foi achá-lo dando muitos beijos à filha, criança de quatro
anos, e viu-lhe os olhos molhados; ficou espantada, e perguntou-lhe o que era.

...

clique aqui para fazer o download do conto completo.

domingo, 21 de junho de 2009

O corvo-Edgar Allan Poe-Traduzido por Machado de Assis




(clique na imagem para ampliá-la)

sábado, 20 de junho de 2009

Autoconsciente

27/09/2008

de que minhas lacunas epistemológicas
inexoravelmente propiciam
preconceitos, falhas, impropriedades,
oriundas talvez de minha crença
repugnante e retrógrada
aos olhos desta nossa vastidão de intelectualidades
atualizáveis on-line.

de que, na luta mental por uma sociedade justa
teria de restringir os prazeres alheios,
desconcientizá-Ios de que a sociedade visualizada por mim não é a deles,
paladino que sou
da justiça, do respeito mútuo e da tolerância,
do fim da marginalidade e da criminalidade,
adotando soluções simplistas,
cansado de compadecer-me das vítimas da sociedade
que inconscientemente (coitadas!) me vitimizam.

de que este livro negro que carrego,
ensinado que fui a "guardá-Io no coração",
se afigura aos demais como um triângulo roxo infamante e vergonhoso
no peito de uma Testemunha, por exemplo,
que poderia ser simplesmente jogado fora, largado,
que faria de mim mais um ser humano livre e crível,
um fardo que me tolhe o intelecto, que
poderia ser aliviado
em troca de guloseimas, honras, fêmeas,
desde que simplesmente o lançasse às feras.

de que estou aquém da filosofia:
não sou de São Tomás de Aquino
nem de São Frederico Nietzsche;
politeísmo e antropolatria nunca foram meu ponto forte ...

de que toda essa autoconsciência,
seja indulgente ou severa para comigo mesmo,
não contribui em nada para que meu pensamento torpe
ou as abstrações insanas de minha mente
porventura me liberem da prisão que todos apontam haver em mim
e me façam alguém enfim capaz de dizer, a plenos pulmões,
"em pleno século XXI" seguido de uma salva de calorosas palmas ...


Ari Denisson

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Alan Sieber- Corno


Eis ai uma charge de Alan Sieber.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

MÚSICA EM PAUTA:


ENCONTRO ENTRE COMPOSITORES ALAGOANOS E OS ALUNOS DOS CURSOS DE MÚSICA DO SESC/AL