Feeds RSS

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Arriete Vilela

POEMA N. 28



Os meninos de rua

Parecem pardais urbanos:



em ligeiros vôos

acham-se em toda parte,

aproveitam restos de toda sorte.



Tropical

é algazarra de suas vozes,

quando se ajuntam;



seus gestos e jeitos,

de uma graça desavisada,

assustam e comovem.



Atentíssimo dever ser

o anjo da guarda dos meninos de rua,

esses tantos pardais urbanos.





POEMA N. 29



Vou me sabendo sem remansos.

Por vezes o mar estronda

dentro de mim

e tempestades medonhas me obrigam

a descer aos porões, a reconhecer-me

nas escotilhas fechadas da minha

incômoda solidão.



Difícil reconhecimento, porém.

Eu já sou muitas.

Meus olhos, é verdade,

ainda se mantêm amorosamente

indiscretos, e minha alma busca

da palavra as seduções segredosas

que me ardem no peito.



Mas já não me deixo

Possuir.

Arriete Vilela-alagoana-escritora, professora, Meste em Literartura Brasileira...

0 comentários:

Postar um comentário

E com a palavra, você: