
domingo, 29 de março de 2009
sábado, 28 de março de 2009
Encômio à grande verdade nipo-Iusitana
As japonesas bem que estavam certas
Em receberem bem aos portugueses
E a eles não só uma; várias vezes
Deixarem-lhes as portas bem abertas.
E, empreendedoras muito espertas
Que eram (já há quase seis mil meses),
Souberam convencer os japoneses,
Dando aos mercantes vários alertas
De que era necessário importar
Termos da "inculta e bela" e implantar
Os mesmos no idioma do teatro Nô,
Pois enamoradas e estupeatas,
Viram algo que aos céus as deixou gratas,
Dizendo uma verdade: Ari, gatô!
Ari Denisson
Em receberem bem aos portugueses
E a eles não só uma; várias vezes
Deixarem-lhes as portas bem abertas.
E, empreendedoras muito espertas
Que eram (já há quase seis mil meses),
Souberam convencer os japoneses,
Dando aos mercantes vários alertas
De que era necessário importar
Termos da "inculta e bela" e implantar
Os mesmos no idioma do teatro Nô,
Pois enamoradas e estupeatas,
Viram algo que aos céus as deixou gratas,
Dizendo uma verdade: Ari, gatô!
Ari Denisson
06:59
|
Quotidiano
Marcadores: Poetas vivos
Permalink 0
Read more>>
Marcadores: Poetas vivos
Permalink 0
Read more>>

sexta-feira, 27 de março de 2009
Budismo moderno
Tome, Dr., esta tesoura, e...corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?!
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte!
Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;
Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!
Augusto dos Anjos
Clique aqui e baixe a versão musicada por Arnaldo Antunes
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?!
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte!
Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;
Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!
Augusto dos Anjos
Clique aqui e baixe a versão musicada por Arnaldo Antunes
09:59
|
Quotidiano
Marcadores: Imortais
Permalink 0
Read more>>
Marcadores: Imortais
Permalink 0
Read more>>

quinta-feira, 26 de março de 2009
PRECISA-SE
Quem precisa de mãos que trazem astros?
E dos pés que em estradas deixam rastros?
Precisa-se é de mãos que estendam braços
E de pés que levantem para abraços.
Wagner Williams
E dos pés que em estradas deixam rastros?
Precisa-se é de mãos que estendam braços
E de pés que levantem para abraços.
Wagner Williams
09:46
|
Quotidiano
Marcadores: Poetas vivos
Permalink 1
Read more>>
Marcadores: Poetas vivos
Permalink 1
Read more>>

Tiras

(Clique na imagem para ampliá-la)
Quem não gosta de ler tirinhas?Aquela reflexão rápida, aquele humor ligeiro, uma das provas que as tirinhas ultrapassam o campo do humor é Mafalda de Quino, nada melhor do que abrir essa seção com ela.Enjoy!
09:30
|
Quotidiano
Marcadores: Tirinhas
Permalink 2
Read more>>
Marcadores: Tirinhas
Permalink 2
Read more>>

domingo, 22 de março de 2009
Mente
Na mente
Cabe tudo o que não é diretamente,
Tudo o que é subjetivamente.
Dizem : A mente mente.
E se você desmente,
Eu digo cérebro,
já o eumetafísico diz: mente.
Luis Hortencio
Cabe tudo o que não é diretamente,
Tudo o que é subjetivamente.
Dizem : A mente mente.
E se você desmente,
Eu digo cérebro,
já o eumetafísico diz: mente.
Luis Hortencio
09:09
|
Quotidiano
Marcadores: Poetas vivos
Permalink 2
Read more>>
Marcadores: Poetas vivos
Permalink 2
Read more>>

Chama e fumo
Amor-chama, e, depois , fumaça...
Medita no que vais fazer:
O fumo vem a chama passa...
Gôzo cruel, ventura escassa,
Dono do meu e do teu ser,
Amor-chama,e, depois,fumaça...
Tanto êle queima! e, por desgraça,
Queimado o que melhor houver,
O fumo vem , a chama passa...
Paixão puríssima ou devassa,
Triste ou feliz, pena ou prazer,
Amor- chama, e , depois, fumaça...
A cada par que a aurora enlaça,
Como é pungente o entardecer!
O fumo vem, a chama passa...
Antes, todo êle é gôsto e graça.
Amor,fogueira linda a arder!
Amor- chama, e, depois, fumaça...
Porquanto, mal me satisfaça
(como te poderei dizer?...),
O fumo vem, a chama passa...
A chama queima. O fumo embaça.
Tão triste que é!Mas... tem de ser...
Amor?... -chama, e, depois, fumaça:
O fumo vem, a chama passa...
Manuel Bandeira(Retirado do livro "a cinza das horas")
Medita no que vais fazer:
O fumo vem a chama passa...
Gôzo cruel, ventura escassa,
Dono do meu e do teu ser,
Amor-chama,e, depois,fumaça...
Tanto êle queima! e, por desgraça,
Queimado o que melhor houver,
O fumo vem , a chama passa...
Paixão puríssima ou devassa,
Triste ou feliz, pena ou prazer,
Amor- chama, e , depois, fumaça...
A cada par que a aurora enlaça,
Como é pungente o entardecer!
O fumo vem, a chama passa...
Antes, todo êle é gôsto e graça.
Amor,fogueira linda a arder!
Amor- chama, e, depois, fumaça...
Porquanto, mal me satisfaça
(como te poderei dizer?...),
O fumo vem, a chama passa...
A chama queima. O fumo embaça.
Tão triste que é!Mas... tem de ser...
Amor?... -chama, e, depois, fumaça:
O fumo vem, a chama passa...
Manuel Bandeira(Retirado do livro "a cinza das horas")
09:06
|
Quotidiano
Marcadores: Imortais
Permalink 0
Read more>>
Marcadores: Imortais
Permalink 0
Read more>>

sexta-feira, 20 de março de 2009
Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Manuel Bandeira
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Manuel Bandeira
08:12
|
Quotidiano
Marcadores: Imortais
Permalink 0
Read more>>
Marcadores: Imortais
Permalink 0
Read more>>

sexta-feira, 13 de março de 2009
REFRACTA
Olhar alguém é olhar a gente
- Uns Mundos do mesmo universo
De imagens retidas na mente
Com o Eu, nos outros disperso.
Wagner Williams
- Uns Mundos do mesmo universo
De imagens retidas na mente
Com o Eu, nos outros disperso.
Wagner Williams
07:18
|
Quotidiano
Marcadores: Poetas vivos
Permalink 0
Read more>>
Marcadores: Poetas vivos
Permalink 0
Read more>>

Assinar:
Postagens (Atom)