Pessoas, nos meus passeios pelos blogues aí, achei um muito interessante o overmundo, li este escrito de Natália Razuk e resolvi compartilhar com v6, dêem uma olhadinha, é bem na linha dos poemas que postamos esta semana, apesar de ser 'formalista', não consegui ficar com tanta raiva dela, ganhou até a minha admiração. ^^
Senhor, livrai-me da norma culta
Adulta
A forma que não insulta
Me libere das métricas perfeitas
E do vocábulo letrado
Deixe me abandonada aos erros ortográficos
Graves descuidos gramaticais
Ao poema livre
Quero entregar-me às palavras de baixo calão
Cultuar o palavrão
Escrever como aqueles que compõem sangrando
Escrevem morrendo
A língua do cais
Do caos
Entrego a merda poemas pueris, infantis
Corrigidos e revisados
Não vou nem passar pelo amor
Quero a vida fudida
A sacanagem
O cheiro de mijo do centro de São Paulo
Nada de versos planos
Retos concretos
Quero a beleza do puta que pariu
Da rima barata
Dos carteados de mesas de bar
Senhor, livrai-me da felicidade
Aos que se alegraram com minha breve morte,
Sinto informa-los que voltei
Mais fértil
Menos sensível
Voltei com a filha da putagem de companhia
E estou aqui
De pernas abertas, esperando ser caceteada Natalia Razuk
fonte: http://www.overmundo.com.br/banco/da-minha-volta
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
04:41
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Quotidiano
Marcadores: Leros e papos de ônibus
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