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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

FOGO E ÁGUA


FOGO E ÁGUA

Lá fora a chuva chove gotícula fria, que molha, que farfalha, que respinga, que rebate e resfria os corpos em parte esquecidos, aquecidos pelo furor da paixão de esquina. Este aquecer do fogo erógeno se choca, contrasta, colide, impacta e empaca por entre as pernas umedecidas, umectantes, tremulantes de amantes – diamantes ululantes. Os rostos, tal mostos, suam e são molhados, retos, rijos, rútilos, múltiplos. O sangue - na gula - regula, coagula: estanca e ruboriza. Sem ojeriza, contemplo a antinomia do fogo e da água no ar das terrenas narinas ofegantes. Sofro sôfrego, e da janela concluo: do conluio entre fogo e água foi que viemos, e não das estrelas.

Jonatan Lucas.

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