Tudo já existia e Tudo já estava lá.
Mas quando Tudo encontrei, fiquei meio atordoado
Sem saber aquilo que eu bem sabia e queria encontrar.
Mas Tudo já existia e Tudo já estava lá.
Mesmo assim naquele encontro eu ainda lutei e resisti em tocar,
Pois Tudo estava pronto, mas Tudo ainda resistia em seu lugar.
Porque também eu era um estranho a Tudo que estava lá,
E tudo parecia intocável, perfeito no seu lugar...
Aí me senti um pouco frágil – pois tudo estava lá.
Era realmente o que eu previa e queria encontrar.
Mas Tudo era tão simples e em seu silêncio resistia,
Embora num breve momento Tudo em seu olhar me dizia
Que Tudo em mim estava e eu também já estava em Tudo aquilo que eu via.
(Pica-Pau)
quinta-feira, 30 de abril de 2009
DESNEXO
Gosto do desconexo, sem nexo, complexo. Vida oposta: um sonho inerente a uma pretensiosa expansão e uma necessidade biofinanceiroLógica.
(Valdicleide dos Santos)
(Valdicleide dos Santos)
07:33
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quarta-feira, 29 de abril de 2009
Monstro da Saudade
Essa tirinha é de Samanta Flôor que mora em Porto Alegre.Ela é ilustradora quadrinista formada em arquitetura.Se você quer conhecer mais o trabalho dela visite:
http://www.cornflake.com.br/cornflake/port/
07:30
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SAUDADE
Sentimento que vem de longe, entra no seu coração, ganha espaço. Você não a substitui por nada: assim é a saudade. Esse é um sentimento ímpar, revelador das pessoas que realmente marcaram sua vida e que a gente jamais esquece.
Ele nos dá a certeza de que temos pessoas importantes em nosso convívio. Nas horas de silêncio, como é bom meditar, mesmo que a tristeza o acompanhe. Como é gostoso ouvir ruídos na madrugada, um falar de solidão que nos enche de pavor, isto é saudade.
Choros, tristezas, suspiros completam a saudade que sentimos das pessoas queridas.
Saudades – dos familiares.
Saudades – dos amores...
Assim ela é.
(Anderson Elias)
Ele nos dá a certeza de que temos pessoas importantes em nosso convívio. Nas horas de silêncio, como é bom meditar, mesmo que a tristeza o acompanhe. Como é gostoso ouvir ruídos na madrugada, um falar de solidão que nos enche de pavor, isto é saudade.
Choros, tristezas, suspiros completam a saudade que sentimos das pessoas queridas.
Saudades – dos familiares.
Saudades – dos amores...
Assim ela é.
(Anderson Elias)
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MEUS OITO ÂNUS
Marcos de Farias Costa*
Oh! Que saudade que tenho
Das bundas de minha vida,
Daquela virgem fornida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que tara, que gozo,
Que foda boa eu não dava
E como bolinava
Debaixo dos laranjais.
Recordo o cu de Maria
No despertar da existência!
Meu Deus, como ela fodia,
Dominava esta ciência.
O meu gozo era dobrado,
E ela amava com ardor
O mundo – o sonho dourado,
A vida – um teatro em flor!
E o franzido de Laura!...
Que aurora, que sol, que vida,
Naquele ingênuo folgar!
Era mais justa que a Isaura,
E como adorava dar!
Fodíamos o dia inteirinho,
Ela alisando minha peia
E as ondas beijando a areia...
Oh, dias da minha infância!
Do bom traseiro de Vera,
Oh! Meu céu de primavera,
Comendo esses cus com ânsia!
Eu tinha nessas delícias
(Digo, amiga, em mente sã):
De tua mãe as carícias
E o rabo da tua irmã.
Nunca batia uma punheta,
Pois tinha Anália por perto,
Com suas róseas tetas
E o seu ânus sempre aberto.
Eu ia bem satisfeito
- Pés descalços, corpo nu,
Deitava-a de bruços, com jeito,
E botava no seu cu.
Naqueles tempos ditosos,
Trepava a tirar mangas.
Olga, com os seios vistosos
Com bicos que nem pitangas.
Rezava as Ave-Marias
E adormecia seguro,
Sonhava com putarias
E acordava de pau duro.
Oh! Que saudades que eu tenho
Daquelas bundas comidas,
Lenitivo de minha vida
E que os anos não trazem mais!
Que amor, que tesão, que gozo,
Naquelas tardes fagueiras
Quando eu era bem moço
Comendo lindas bundeiras.
*Poeta erótico ( ALAGOANO). Do livro “A Comédia de Eros” (1997).

Oh! Que saudade que tenho
Das bundas de minha vida,
Daquela virgem fornida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que tara, que gozo,
Que foda boa eu não dava
E como bolinava
Debaixo dos laranjais.
Recordo o cu de Maria
No despertar da existência!
Meu Deus, como ela fodia,
Dominava esta ciência.
O meu gozo era dobrado,
E ela amava com ardor
O mundo – o sonho dourado,
A vida – um teatro em flor!
E o franzido de Laura!...
Que aurora, que sol, que vida,
Naquele ingênuo folgar!
Era mais justa que a Isaura,
E como adorava dar!
Fodíamos o dia inteirinho,
Ela alisando minha peia
E as ondas beijando a areia...
Oh, dias da minha infância!
Do bom traseiro de Vera,
Oh! Meu céu de primavera,
Comendo esses cus com ânsia!
Eu tinha nessas delícias
(Digo, amiga, em mente sã):
De tua mãe as carícias
E o rabo da tua irmã.
Nunca batia uma punheta,
Pois tinha Anália por perto,
Com suas róseas tetas
E o seu ânus sempre aberto.
Eu ia bem satisfeito
- Pés descalços, corpo nu,
Deitava-a de bruços, com jeito,
E botava no seu cu.
Naqueles tempos ditosos,
Trepava a tirar mangas.
Olga, com os seios vistosos
Com bicos que nem pitangas.
Rezava as Ave-Marias
E adormecia seguro,
Sonhava com putarias
E acordava de pau duro.
Oh! Que saudades que eu tenho
Daquelas bundas comidas,
Lenitivo de minha vida
E que os anos não trazem mais!
Que amor, que tesão, que gozo,
Naquelas tardes fagueiras
Quando eu era bem moço
Comendo lindas bundeiras.
*Poeta erótico ( ALAGOANO). Do livro “A Comédia de Eros” (1997).

07:04
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terça-feira, 28 de abril de 2009
PENSAMENTO
Pensamento próprio eu tenho, embora não expresse. Se me constituo em uma personagem de voz secundária, na minha literatura sou a primeira revolucionária.
(Valdicleide dos Santos)
(Valdicleide dos Santos)
13:57
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segunda-feira, 27 de abril de 2009
PROFISSIONAL DA SARJETA
Valter di Lascio.*
A vocês me apresento. O nome?
Aquele que lhe convém.
“Profissional da sarjeta”,
Podem chamar-me de meio-fio.
Vocês que me escutam
Não se assustem
Com meu desatino.
A sarjeta não é meu palco,
A peça aquela que a vida me pregou.
Ando pelo mundo,
Falo o que sei.
Mundo temos dois:
Um é de vocês,
O nosso vem depois.
*Poeta marginal. Do livreto “Bis Coito com Champagne” (2005).
12:27
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sexta-feira, 24 de abril de 2009
DINHEIRO
Oh! argent! Avec toi on est beau, jeune,
adoré; on a considération, honneurs, qualités, vertus.
Quand on n’a point d’argent on est dans la dépendance
de toutes choses et de tout le monde.
CHATEAUBRIAND
Sem ele não há cova! quem enterra
Assim grátis, a Deo? O batizado
Também custa dinheiro. Quem namora
Sem pagar as pratinhas ao Mercúrio?
Demais, as Danáes também o adoram...
Quem imprime seus versos, quem passeia,
Quem sobe a deputado, até ministro,
Quem é mesmo eleitor, embora sábio,
Embora gênio, talentosa fronte,
Alma romana, se não tem dinheiro?
Fora a canalha de vazios bolsos!
O mundo é para todos... Certamente
Assim o disse Deus, mas esse texto
Explica-se melhor e d’outro modo...
Houve um erro de imprensa no Evangelho:
O mundo é um festim, concordo nisso,
Mas não entra ninguém sem ter as louras.
Álvares de Azevedo
14:39
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Paráfrase de Ronsard

Foi para vós que ontem colhi, senhora,
Êste ramo de flôres que ora envio.
Não no houvesse colhido e o vento e o frio
Tê-las-iam crestado antes da aurora.
Meditai nesse exemplo, que se agora
Não sei mais do que o vosso outro macio
Rosto nem boca de melhor feitio,
A tudo a idade afeia sem demora.
Senhora, o tempo foge... o tempo foge...
Com pouco morreremos e amanhã
Já não seremos o que somos hoje...
Por que é que vosso coração hesita?
O tempo foge...A vida é breve e vã...
Por isso, amai-me... enquanto sois bonita.
Manuel Bandeira(poema do livro “A Cinza das Horas”)

14:22
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terça-feira, 21 de abril de 2009
A IDÉIA
De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas da laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No molambo da língua paralítica!
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas da laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No molambo da língua paralítica!
09:51
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segunda-feira, 20 de abril de 2009
NOTURNO DE LETRAS
Na Universidade Federal de Alagoas
a noite não é uma criança
é um estudante cansado
animado apenas pela paquera ficante
- o sexo possível-
pelo café e cigarro
pelo medo de assalto
de uma greve de ônibus
pela aula de raro professor
poucas vezes por ano.
Fernando Fiúza (Professor Dr. da UFAL/Área: Literatura)
poema inédito
a noite não é uma criança
é um estudante cansado
animado apenas pela paquera ficante
- o sexo possível-
pelo café e cigarro
pelo medo de assalto
de uma greve de ônibus
pela aula de raro professor
poucas vezes por ano.
Fernando Fiúza (Professor Dr. da UFAL/Área: Literatura)
poema inédito
15:26
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Última instância
9/10/2008
Em busca de justiça procurei
O fórum, já que sofro, e isso é injusto:
De custodiar, multar ou dar um susto
Naquele que culpado for eu hei.
O júri, soberano, excelso, augusto,
Inocentou a todos. Apelei.
E, após quamanhos banhos dessa lei
Tomar, vi que uma coisa a entender custo:
O mundo não tem culpa de eu ser eu,
Não pode indenizar-me se não deu
Pra me saciar de toda e qualquer ânsia
E, se isto acaso eu não compreender,
Meu destino legal é só perder,
Ainda que recorra à última instância.
Ari Denisson
Em busca de justiça procurei
O fórum, já que sofro, e isso é injusto:
De custodiar, multar ou dar um susto
Naquele que culpado for eu hei.
O júri, soberano, excelso, augusto,
Inocentou a todos. Apelei.
E, após quamanhos banhos dessa lei
Tomar, vi que uma coisa a entender custo:
O mundo não tem culpa de eu ser eu,
Não pode indenizar-me se não deu
Pra me saciar de toda e qualquer ânsia
E, se isto acaso eu não compreender,
Meu destino legal é só perder,
Ainda que recorra à última instância.
Ari Denisson
14:20
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sexta-feira, 17 de abril de 2009
Poemeto Erótico
Teu corpo claro e perfeito,
- Teu corpo de maravilha,
Quero possuí-lo no leito
Estreito da redondilha...
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa...flor de laranjeira...
Teu corpo, branco e macio,
É como um véu de noivado...
Teu corpo é pomo doirado...
Rosal queimado de estio,
Desfalecido em perfume...
Teu corpo é a brasa do lume...
Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes...
É puro como nas fontes
A água clara que serpeja,
Que em cantigas se derrama...
Volúpia da água e da chama...
A todo o momento o vejo...
Teu corpo... a única ilha
No oceano do meu desejo...
Teu corpo é tudo que brilha,
Teu corpo é tudo que cheira...
Rosa, flor de laranjeira...
Manuel Bandeira
17:18
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PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Produndissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme -- este operário das ruínas --
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos
17:00
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Plano de saúde
17/12/2008
Amei-te tanto que manter não pude
O funcionamento pleno e ordeiro
Do meu corpo e da mente; então, ligeiro,
Corri atrás de um plano de saúde.
Complexidade digna de talmude
Acho ao contrato em olho passageiro
Ao passo que, de modo esperto, arteiro
E persuasivo, o corretor me ilude.
Assino-o. Esperançoso, espero o fim
Das carências e, um dia, quando vim
Ao hospital por encontrar-me doente
De amar-te, o plano me ajudar não vi:
Meu tratamento ele não quis cobrir
Pois esse amor era pré-existente.
Ari Denisson
Amei-te tanto que manter não pude
O funcionamento pleno e ordeiro
Do meu corpo e da mente; então, ligeiro,
Corri atrás de um plano de saúde.
Complexidade digna de talmude
Acho ao contrato em olho passageiro
Ao passo que, de modo esperto, arteiro
E persuasivo, o corretor me ilude.
Assino-o. Esperançoso, espero o fim
Das carências e, um dia, quando vim
Ao hospital por encontrar-me doente
De amar-te, o plano me ajudar não vi:
Meu tratamento ele não quis cobrir
Pois esse amor era pré-existente.
Ari Denisson
09:15
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quinta-feira, 16 de abril de 2009
As Promessas de um Rosto - Les promesses d'un visage
Eu te amo as sobrancelhas que ao curvar-se imitam
Da treva os véus e os movimentos;
Embora negros, os teus olhos me suscitam
Nem sempre turvos pensamentos.
Teus olhos, cujo tom às cores se combina
De tua ondeante crina elástica,
Teus olhos lânguidos me dizem em surdina:
"Se tens, cultor da musa plástica,
Confiança nessa fé que em ti tanto exaltamos,
E nos prazeres que anuncias,
Poderás comprovar de fato o que afirmamos
Do umbigo às nádegas macias.
Verás nos bicos destes seios que desnudo
Dois brônzeos medalhões febris,
E sob um ventre cuja tez lembra o veludo,
Ou do bistre o negro matiz,
Um soberbo tostão que é o gêmeo, na verdade,
Dessa outra juba que fulgura,
Suave e frisada, e que te iguala em densidade,
Noite sem astros, noite escura!"

J'aime, ô pâle beauté, tes sourcils surbaissés,
D'où semblent couler des ténèbres,
Tes yeux, quoique très noirs, m'inspirent des pensers
Qui ne sont pas du tout funèbres.
Tes yeux, qui sont d'accord avec tes noirs cheveux,
Avec ta crinière élastique,
Tes yeux, languissamment, me disent: " Si tu veux,
Amant de la muse plastique,
Suivre l'espoir qu'en toi nous avons excité,
Et tous les goûts que tu professes,
Tu pourras constater notre véracité
Depuis le nombril jusqu'aux fesses;
Tu trouveras au bout de deux beaux seins bien lourds,
Deux larges médailles de bronze,
Et sous un ventre uni, doux comme du velours,
Bistré comme la peau d'un bonze,
Une riche toison qui, vraiment, est la soeur
De cette énorme chevelure,
Souple et frisée, et qui t'égale en épaisseur,
Nuit sans étoiles, Nuit obscure! "
Charles Baudelaire
Da treva os véus e os movimentos;
Embora negros, os teus olhos me suscitam
Nem sempre turvos pensamentos.
Teus olhos, cujo tom às cores se combina
De tua ondeante crina elástica,
Teus olhos lânguidos me dizem em surdina:
"Se tens, cultor da musa plástica,
Confiança nessa fé que em ti tanto exaltamos,
E nos prazeres que anuncias,
Poderás comprovar de fato o que afirmamos
Do umbigo às nádegas macias.
Verás nos bicos destes seios que desnudo
Dois brônzeos medalhões febris,
E sob um ventre cuja tez lembra o veludo,
Ou do bistre o negro matiz,
Um soberbo tostão que é o gêmeo, na verdade,
Dessa outra juba que fulgura,
Suave e frisada, e que te iguala em densidade,
Noite sem astros, noite escura!"

J'aime, ô pâle beauté, tes sourcils surbaissés,
D'où semblent couler des ténèbres,
Tes yeux, quoique très noirs, m'inspirent des pensers
Qui ne sont pas du tout funèbres.
Tes yeux, qui sont d'accord avec tes noirs cheveux,
Avec ta crinière élastique,
Tes yeux, languissamment, me disent: " Si tu veux,
Amant de la muse plastique,
Suivre l'espoir qu'en toi nous avons excité,
Et tous les goûts que tu professes,
Tu pourras constater notre véracité
Depuis le nombril jusqu'aux fesses;
Tu trouveras au bout de deux beaux seins bien lourds,
Deux larges médailles de bronze,
Et sous un ventre uni, doux comme du velours,
Bistré comme la peau d'un bonze,
Une riche toison qui, vraiment, est la soeur
De cette énorme chevelure,
Souple et frisée, et qui t'égale en épaisseur,
Nuit sans étoiles, Nuit obscure! "
Charles Baudelaire
08:23
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sábado, 11 de abril de 2009
Breve biografia de Baudelaire
No dia 09 de abril de 1821, nasce na rue Hautefeuille, Paris, Charles-Pierre Baudelaire o “comedor de ópio” mais célebre da Literatura, precursor do Simbolismo, inventor da palavra modernidade e tantos outros feitos atribuídos a ele ; um dos principais ícones da Literatura Moderna.
Quem soube esculpir com palavras muito bem e transformar em poesia o outro laudo de Paris o lado dos esgostos ,dos prostíbulos, o mundo alucinógeno do ópio, haxixe, fumo , o prazer sexual, as orgias, o lesbianismo; rompendo totalmente com os padrões da época.
Excelente e fissurado tradutor de Poe, trouxe a Paris algumas obras de Poe como:
Histoires extraordinaires,1856
Nouvelles Histoires s extraordinaires,1857
Eurêka,1864
Histoires grotesques et serieuse,1865
E em alguns momentos, percebe-se uma certa relação entre Poe e Baudelaire , principalmente pela obsessão pelo mistério , como traduziu em Poe , “ o mistério envolve meu destino por todos os lados”. é notável o fascínio e a obsessão por Poe.
Em 1857, Baudelaire publica As Flores do Mal (Les Fleurs du Mal) o que lhe rende além da condenação ao pagamento de multa , a eliminação de seis poemas e o julgamento de obscenidade , o atributo de inovador da literatura francesa , esta ousadia garantiu a fixação e obrigatoriedade de seu nome na referência ao Simbolismo e à modernidade
Em 1860, encontramos o Baudelaire sifilítico e usuário de drogas , experiências advindas desta “fase” que lhe rendem o livro “Os Paraísos Artificiais” Les Paradises artificiels, considerado o mais profundo ensaio sobre a metafísica da droga. Baudelaire transformou em poesia os momento alucinados, alucinantes e alucinógenos.
Antes mesmo de publicar suas
Com apenas 46 anos, morre nos braços da mãe Baudelaire, acometido por une congestion cérébrale, como descreve a mãe, porém seu legado foi enorme, pois regou toda a poesia moderna ocidental.
Quem se interessar em pesquisar mais sobre Baudelaire e desejar levar seu nome à capa de TCC, temos alguns professores que trabalham com as obras dele , entre eles o professor Fiúza , que também já vem trabalhando não somente na orientação de TCC, como também de Projetos Integradores.
Convido-os a ler os poemas baudelairianos.
Maciene
10:48
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Watchman
Se as pessoas não vão até as hqs(histórias em quadrinhos), as Hqs vão até elas.Nesse ano temos um representante de peso: Watchman, uma das obras mais aclamadas dos quadrinhos, vencedora do prêmio Eisner(um dos mais importantes do universo das hqs)e até de um prêmio literário.Com certeza não é a toa, estou a ler a obra que tem 12 volumes, já estou no sétimo.Não aguentei esperar e fui ao cinema e me impressionei com a fidelidade do filme.O roteiro não se resume a um simples duelo de heróis e vilões, na verdade o autor criou personagens verossímeis, duais, que escolheram a vida heróica por motivos nobres e ignóbeis.O enredo se desenrola após o misterioso assasinato do "Comediante", um dos personagens mais cativantes na minha opnião, um anti-herói amoral, e se passa no período da Guerra Fria.Cheguei a uma hora e meia de filme, e nada de chegar na parte em que eu estava lendo, foi ai que percebi que eles tinham feito um grande filme, em extensão e pretensão artística.Se você não conseguiu pegá-lo no cinema, vai ter que esperar o dvd, mas não deixe de assistir, o filme não só vale a pena, como vale a fênix inteira.E recomendo o hq que tem muito, muito a oferecer.
09:16
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terça-feira, 7 de abril de 2009
A Serpente que Dança
Que eu te amo ver, lânguida amante,
Do corpo que excele
Como um tecido vacilante,
Transluzir a pele!
Sobre o teu cabelo profundo
De acre, perfumado,
mar odorante e vagabundo,
Moreno e azulado,
Como um navio que desponta,
Ao vento matutino
Em sonho minha alma se apronta,
Para um céu sem destino.
Nos teus olhos ninguém lobriga
Doçura ou martírio,
São jóias frias que são liga
De ouro e letargírio.
Ao ver teu corpo que balança,
Bela de exaustão,
Dir-se-ia serpente que dança
Em torno de um bastão.
Todos os ócios com certeza
Tua fronte movem
Que passeia com a moleza
De elefante jovem,
E o teu corpo se alonga e pende
Tal nave se mágoas,
Que as margens deixa e após estende
Suas vergas na água.
Onda crescida da fusão
De gelos frementes
Se a água de tua boca então
Alcança os teus dentes,
Bebo uma taça rubra e cheia
Muita amarga e calma,
Um líquido céu que semeia
Astros em minha alma!
Charles Baudelaire
17:52
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domingo, 5 de abril de 2009
Paradoxografia
O poeta finge a dor
Tão absurdamente
Que chega a transformar o amor
Numa imensa dor reluzente.
E os que escrevem essa dor
No amor(talvez)se sintam bem.
Chegando causar terror
Nestes sentimentos que eu-eles têm.
Por fim nas rodas da vida
Giros numa imensa profusão
Essas voltas presentes na lida
Num lugar chamado coração.
Jonas de Araújo
Tão absurdamente
Que chega a transformar o amor
Numa imensa dor reluzente.
E os que escrevem essa dor
No amor(talvez)se sintam bem.
Chegando causar terror
Nestes sentimentos que eu-eles têm.
Por fim nas rodas da vida
Giros numa imensa profusão
Essas voltas presentes na lida
Num lugar chamado coração.
Jonas de Araújo
06:57
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sábado, 4 de abril de 2009
A Alma do Vinho
A alma do vinho assim cantava nas garrafas:
"Homem, ó deserdado amigo, eu te compus,
Nesta prisão de vidro e lacre em que me abafas,
Um cântico em que há só fraternidade e luz!
Bem sei quanto custa, na colina incendida,
De causticante sol, de suor e de labor,
Para fazer minha alma e engendrar minha vida;
Mas eu não hei de ser ingrato e corruptor,
Porque eu sinto um prazer imenso quando baixo
À guela do homem que já trabalhou demais,
E seu peito abrasante é doce tumba que acho
Mais propícia ao prazer que as adegas glaciais.
Não ouves retinir a domingueira toada
E esperanças chilrar em meu seio, febris?
Cotovelos na mesa e manga arregaçada,
Tu me hás de bendizer e tu serás feliz:
Hei de acender-te o olhar da esposa embevecida;
A teu filho farei voltar à força e a cor
E serei para tão tenro atleta da vida
Como o óleo que os tendões enrija ao lutador.
Sobre ti tombarei, vegetal ambrosia,
Grão precioso que lança o eterno Semeador,
Para que enfim do nosso amor nasça à poesia
Que até Deus subirá como uma rara flor!"
Charles Baudelaire
09:55
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quinta-feira, 2 de abril de 2009
Soneto de Outono
Teu olhar me diz, claro como cristal:
“Bizarro amante, o que há em mim que mais te excita?”
- Sê bela e cala! O meu coração, que se irrita,
Por tudo, exceto a antiga candura animal,
Não te quer revelar seu segredo infernal,
Embalo cuja mão a um longo sono incita,
Nem a sua negra lenda a ferro e fogo escrita.
Abomino a paixão e a alma me faz mal!
Amemo-nos em paz. Amor, numa guarida,
Tenebroso, emboscado, entesa o arco fatal.
Conheço-lhe os engenhos do velho arsenal:
Crime, horror e loucura! - Ó branca margarida!
Não serás tu, como eu, triste sol outonal,
Ó minha branca, ó minha branca Margarida?
Charles Baudelaire
08:20
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Nascimentos e óbitos
Abro essa seção com o intuito de iniciar a exibição de dados biográficos de autores imortais.Também comemoraremos o nascimento do imortal e faremos tributo na data de seu falecimento.Quem tiver informações, biografias coloquiais feitas por você leitor, mande para nós , pois teremos o maior prazer de exibi-las.
Eis a lista:
Almeida Garrett
Nascimento: nasceu no Porto em 4 de fevereiro de 1799;
Morte: faleceu a 9 de dezembro de 1854
Álvares de Azevedo
Nascimento:nasceu na cidade de São Paulo em 12 de setembro de 1831.
Morte:Em 25 Abril de 1852, quando tinha apenas 20 anos morreu vítima de tuberculose.
Baudelaire nasceu
em Paris em 9 de abril de 1821-
Morte: 31 de agosto de 1867;
Bocage nasceu em Setúbal,
Nascimento: no dia 15 de Setembro de 1765.
Morte:Em 1805, com 40 anos.
Manuel Bandeira nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886-
morte-13/10/1968;
Augusto dos anjos Nasceu na Paraíba, no dia 20 de abril de 1884 -
Morte:12 de novembro de 1914.
obs:A seção será constantemente atualizada com a chegada de novas informações e a proximidade de comemorações e tributos.
07:52
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